terça-feira, 26 de maio de 2009

GOVERNO FEDERAL LIBERA R$ 53 MI PARA DRAGAGEM DA GALHETA

Por INTELOG
O governo federal liberou R$ 53 milhões para o aprofundamento do Canal da Galheta, que dá acesso aos portos de Paranaguá e Antonina. Os recursos são do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

De acordo com o superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio de Souza, o Canal da Galheta será aprofundado dos atuais 14 metros para 16 metros. Na parte interna dos canais, vamos aprofundar de 14 para 15 metros. Em Antonia, chegaremos a 10 metros, para restabelecermos naquele local a operação com navios de maior porte em relação aos que operavam antigamente, explicou.

O edital de licitação para contratação dos serviços será definido durante reunião entre técnicos da Appa e da Secretaria dos Portos. O processo licitatório obedecerá às normas técnicas padronizadas em todos os contratos, levadas a termos nos portos brasileiros, mas nós manteremos os preços praticados no Porto de Paranaguá, explicou Eduardo Requião.

Para o superintendente da Appa, o convênio vai significar um salto de qualidade na infraestrutura de navegação do porto paranaense. Cada vez mais os navios ficam maiores em comprimento, largura e calado, e precisam de canais mais seguros em sua navegabilidade. O investimento em aprofundamento dos canais atende essas demandas e mantém os nossos portos atualizados em relação às profundidades dos portos mais importantes do mundo, avaliou.

Daniel destacou que Eduardo Requião tem feito reuniões com o Governo Federal para acertar o repasse da verba. A liberação dos recursos é resultado de quatro anos de discussões. O Governo Federal definiu o Plano Nacional de Dragagem, pelo qual promoveria os processos licitatórios para a dragagem de todos os portos brasileiros. Porém, a necessidade de estruturação da Secretaria de Portos, que é recente, e a falta de dragas grandes e de boa qualidade para atender as demandas brasileiras atrasou, e muito, este processo, explicou Daniel.

O superintendente da Appa lembra que, durante este período, o Brasil ficou dependente de dragas estrangeiras, que estabeleciam preços exorbitantes. O Paraná resistiu a esta especulação. Tivemos processos licitatórios que não receberem propostas pela falta de interesse desses dragueiros. Estes fatores fizeram com que decidíssemos pela aquisição da draga própria, conforme determinação do governador Roberto Requião, comentou Daniel.

A Appa está realizando consulta internacional sobre disponibilidade e preços de dragas. Em junho, dará início ao procedimento administrativo para licitação internacional. Com os investimentos de aprofundamento vamos normalizar nossos canais para que a futura draga possa ter capacidade plena de manutenção e para que, a médio prazo, não tenhamos mais preocupações com o tema dragagem, disse Daniel.

Presidente da CAP apoia compra de draga pela Appa

O presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Martinho Cândido Velloso dos Santos, manifestou sua aprovação ao projeto Draga Paraná, apresentado pela Appa, durante reunião do colegiado. Ele acredita que a proposta paranaense poderá servir de exemplo para outros portos brasileiros.

Santos lembrou que a extinta Portobras Empresa Brasileira de Portos, na qual trabalhou como engenheiro, teve que adotar projeto semelhante, em relação às dragagens fluviais na região da Amazônia.

Apesar de não ter participado da composição desse plano, nós nos defrontamos com esse mesmo problema, no início da década de 90, e essa estratégia (de comprar uma draga) foi a tábua de salvação para garantir, pelo menos, a manutenção das dragagens fluviais no Brasil, senão, nós nem isso teríamos feito, relatou Santos, que, atualmente, é assessor técnico da Secretaria Especial dos Portos (SEP).

Para o especialista em engenharia aquaviária, o projeto Draga Paraná, apesar de audacioso, na forma como que foi elaborado, está muito bem cercado de garantias no que diz respeito à segurança contratual, à execução dos serviços e, também, em relação ao aspecto ambiental. Acho que é um ato corajoso da administração do porto e do governo do Estado, mas um ato necessário, acrescentou Santos.

Representantes do bloco dos usuários do serviço portuário no CAP, também, comemoraram a iniciativa, pois veem no projeto Draga Paraná a oportunidade dos portos de Paranaguá e Antonina se tornarem referência no País e ganharem um importante diferencial competitivo.

Eu apoio o projeto de aquisição da draga, pois dessa forma o Porto de Paranaguá vai mudar a sua história e poderá se tornar um dos maiores portos exportadores de grãos do mundo, defendeu o presidente do Sindicato de Exportação e Importação do Paraná (Sindiexpar), Zulfiro Antônio Bósio.

O superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, que assumiu a vaga de conselheiro titular no CAP, no bloco do poder público, ficou satisfeito com as contribuições apresentadas pelos demais conselheiros.

Pudemos tornar público junto ao conselho o projeto, que é do governador Roberto Requião. O conselho foi muito receptivo e o apoio à proposta foi praticamente unânime. É um momento muito importante, em que os portos de Antonina e Paranaguá dão um exemplo para o Brasil.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) pretende concluir, na primeira semana de junho, a consulta de preços que irá subsidiar a elaboração do edital de concorrência internacional para a compra da draga. A expectativa é de que a licitação seja lançada em julho. Não havendo imprevistos no processo licitatório, a previsão é de que a draga seja adquirida e esteja nacionalizada, até o final do ano.


Por AEN/Appa

Um comentário:

  1. Parabéns pelo seu post, que em muito nos ajuda a divulgar este empreendimento inovador que é a aquisição de uma draga própria, mudando paradigmas nos portos brasileiros.
    Daniel Lucio O. de Souza
    Superintendente da APPA

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